Resumo
Sumário
O Tratamento de Esgotos Sanitários em condomínios e loteamentos residenciais pode se tornar uma grande dor de cabeça se o empreendedor não levar em consideração alguns pontos chave.
Neste post, trataremos cada um destes gargalos que devem ser levados em consideração na hora de escolher a melhor ETE para o seu condomínio. Serão discutidos pontos como: opção tecnológica do tipo de ETE; aprovação de projetos e licenciamento; posicionamento da ETE; operação e manutenção.
Neste post, trataremos cada um destes gargalos que devem ser levados em consideração na hora de escolher a melhor ETE para o seu condomínio.
Qual o melhor tipo ETE?
Existe hoje no mercado, diferentes soluções tecnológicas quando se trata de tratamento de esgoto para condomínios. Podemos destacar dois tipos: sistemas biológicos de tratamento e sistemas físico-químicos de tratamento.
Não entraremos aqui na discussão de qual via de tratamento é melhor, já que acreditamos que com ambas pode-se obter os mesmos resultados no alcance de parâmetros de tratamento. Nosso objetivo será apresentar nossa experiência com a operação de sistemas e pontuar questões chave para auxiliá-lo na tomada de decisões.
O tratamento biológico é aquele que usa bactérias para realizar a degradação da matéria orgânica. Em processos biológicos de tratamento são criadas artificialmente condições ambientais favoráveis ao crescimento de bactérias que promovem a degradação da matéria orgânica, transformando-a em compostos simples. Dentre os fatores ambientais importantes neste tipo de processo de tratamento, podemos citar: Concentração de oxigênio, pH, tipo de substrato, concentração de nutrientes disponíveis, temperatura, presença de substâncias inibidoras, dentro outros. Dentre algumas vantagens do tratamento biológico podemos destacar a resiliência à pequenas alterações na característica do efluente que entra no sistema.
Destaca-se também a questão da economia de energia quando comparado a sistemas FQ, já que nesta configuração, utiliza-se o poder depurador das bactérias (ainda que em alguns casos tenha-se que usar mecanização). Como desvantagens, vale destacar a questão do volume de lodo gerado que é maior, porém sua gestão é simples.
Já o tratamento fisico-químico tem como objetivo remover a carga de poluentes inorgânicos, matérias insolúveis, metais pesados ou ainda matéria orgânica não biodegradável. A concepção básica consiste em transformar as impurezas em flocos, para depois retirá-las mais facilmente. Essas impurezas podem estar na forma coloidal, em soluções ou em suspensão.
Algumas desvantagens do tratamento FQ dizem respeito principalmente a sensibilidade do sistema. Ele não está preparado para choques hidráulico e de toxicidade. Este tipo de tratamento também demanda uma dedicação maior em termos de tempo de operação e manutenção.
Ainda podemos destacar como fator relevante para opção deste tipo de sistema, o gasto com insumos (produtos químicos) e o consumo energético. Consome muito mais produtos químicos e energia na operação do que sistemas biológicos.
Portanto, ao pontuarmos pontos positivos e negativos do tipo de tecnologia adotada para o tratamento de efluentes em condomínios residenciais e loteamentos, podemos postular que sistemas biológicos estão mais capacitados para exercer a função neste ambiente.
Dentre os motivos acima relatados, estão a capacidade do sistema de resistir a pequenas mudanças na característica do efluente; menor consumo de energia e produtos químicos, além da operação simplificada.
Em processos biológicos de tratamento são criadas artificialmente condições ambientais favoráveis ao crescimento de bactérias que promovem a degradação da matéria orgânica, transformando-a em compostos simples.
Licenciamento ambiental
Consultar os órgãos ambientais para definir qual tipo de sistema será instalado é a etapa mais importante em todo o processo.
As exigências podem variar de acordo com os estados e municípios, ou ainda de acordo com o corpo hídrico receptor do efluente tratado, o que torna o processo bastante complexo. Em alguns casos, os parâmetros de tratamento e as licenças para descarte do efluente tratado são definidos pela Concessionária de Água e Esgoto local, em outros pela Autarquia (SAAE), podendo essa competência também ser da agência reguladora ou da Secretaria de Meio Ambiente do município.
Buscar as informações corretas é fundamental, pois economiza tempo e dinheiro.
De uma maneira geral, os órgãos ambientais se orientam pelas Resoluções Conama 357/2005 e 430/2011, que é a legislação mais atual para lançamento de esgoto e proteção dos corpos d’água.
Dependendo do tipo de corpo d’água (lago, represa, riacho, rio, etc.) em que o efluente será lançado depois de tratado, são definidos os parâmetros para tratamento. Geralmente o parâmetro mais observado é o de remoção de matéria orgânica (DBO), que varia de 80-95% dependendo do sistema escolhido. Esse percentual frequentemente é chamado de eficiência de remoção de matéria orgânica da ETE.
Posicionamento da ETE (escolha do local)
A área disponível para a instalação da ETE é sempre um fator que demanda atenção. As ETEs atuais são consideradas compactas pois ocupam áreas muito menores que modelos de ETEs utilizadas no passado. No entanto, os tanques que compõem as ETEs podem ser consideravelmente grandes dependendo da vazão de tratamento, podendo o sistema completo exigir áreas de até 150m².
Recomenda-se sempre que a ETE seja alocada na etapa inicial do planejamento do empreendimento, principalmente por questões relacionadas à logística. Frequentemente os tanques podem chegar a 6 metros de altura e 3 metros de diâmetro, e sua entrada pode se tornar bastante complexa em casos em que a obra já esteja finalizada, exigindo até mesmo destruição de estruturas já prontas.
Existe também a possibilidade de se enterrar o sistema de tratamento, otimizando assim a área útil do empreendimento.
Operação e Manutenção da ETE
Em 1789, Antoine Lavoisier, o “pai” da química moderna, enunciou a Lei de Conservação da Massa, famosa pela seguinte frase: “Na natureza nada se cria, nada de perde, tudo se transforma”. Essa frase também se aplica ao funcionamento dos sistemas de tratamento de efluentes pois, em seus processos, inevitavelmente surgem subprodutos como lodo e biogás.
É importante abordarmos esse assunto tendo em vista que alguns profissionais e empresas estão prestando um desserviço à população, oferecendo milagrosos sistemas de tratamento de efluentes que não demandam operação, manutenção, não produzem lodo, entre outros tipos de absurdos.
Diminuição de custos operacionais e aumento da vida útil do sistema: estes são alguns dos benefícios da operação.
A frequência de cada procedimento varia. Existem procedimentos semanais, mensais, semestrais e anuais. Para conhecer detalhadamente os procedimentos operacionais de uma ETE confira através deste link o artigo que postamos em nosso blog.
Confira abaixo alguns dos procedimentos necessários para o bom funcionamento do seu sistema de tratamento:
- Remoção de lodo
- Reposição de produtos químicos
- Avaliação dos equipamentos
eletromecânicos - Retrolavagem dos filtros
- Limpeza do sobrenadante